Mudanças… Como tudo começou!

Olá pessoal!!!!

Voltando aqui outra vez. Falei no último post sobre as mudanças do blog, que ia escrever … mas estava revisando as matérias para as provas e fiquei sem tempo de atualizar aqui.

Ops… Mudanças? Provas? Bem… antes de falar sobre isso, é melhor começar pelo começo (redundante, eu sei) e vou dividir em posts para não ficar textão 🙂 .

Tudo começou em 2007… havia acabado de me formar em Redes de Computadores e trabalhava como instrutora Linux em uma empresa de treinamentos de Software Livre. Estava feliz lá, mas um acaso fez com que eu pensasse que era hora de seguir em frente e comecei a sonhar em conhecer outros países, para estudar ou trabalhar. Na época eu estava completamente perdida, não sabia ainda exatamente o que eu estava querendo. Pesquisei trabalho e estudo em Portugal, dei uma olhada na Europa, me encantei com a Holanda e também pensei na Inglaterra, ou melhor, Londres, para ser mais exata. Mas ainda não era tempo: não tinha o dinheiro, o tempo e a oportunidade, precisava amadurecer a ideia e isso ia levar um tempo.

Ainda em 2007, troquei de emprego e fui trabalhar em uma startup, ainda sonhando com a possibilidade de estudar e/ou trabalhar fora. Lá, conheci pessoas que já viajavam a muito tempo e ouvindo as histórias sobre viagens e fazendo perguntas, fui tentando entender meu sonho e o que eu queria.

Nessa startup, durante 2007 trabalhei muito, mas foi gratificante. Na parte profissional, aprendi muita coisa nova, aprimorei conhecimento e tive a oportunidade de ministrar um mini workshop sobre integração de ambientes Linux e Windows (Samba) na cidade de Brasília – e também foi a primeira vez que voei! Na parte pessoal, fiz amigos para a vida toda e decidi que era hora de sair de Itaquaquecetuba City para morar mais perto do trabalho para ter a tal “qualidade de vida”.

Um ano passou muito rápido e quando vi, era hora de tirar férias. E assim, em Setembro de 2008, tirei férias e embarquei na minha primeira aventura fora do país – lá fui eu para o Peru, com a cara e a coragem (mais cara do que coragem), sem falar Espanhol e com um Inglês super rudimentar para ver de perto Machu Pichu.

Era uma viagem para fazer a trilha, conhecer a cidade e aprender sobre a cultura do Peru. Como não sabia muito sobre viagens e ia sozinha (não tinha problema ir sozinha, mas não tinha ideia nem como cotar uma passagem haha),  contratei os serviços da Pisa Trekking, que eu já conhecia por ter feito algumas trilhas com eles antes. O pessoal da Pisa foi super atencioso, me deram todo o suporte necessário para a viagem, tiraram todas as dúvidas possívei, prováveis e dúvidas absurdas também.

Com o coração na mão, embarquei no avião em Guarulhos rumo a Lima, onde faria uma conexão para Juliaca e de lá seguir para Puno, minha primeira parada. Completamente inexperiente com essas coisas de viagem (e também meio lesada!), na primeira conexão, perdi a mochila que eu tinha que re-despachar. Rodei o aeroporto inteiro, perguntando onde eu poderia pegar minha mala. Uma hora depois, finalmente alguém me entendeu e me ajudou a encontrar a mochila perdida. Tadinha, tava lá, solitária me aguardando para ser despachada no próximo vôo.

Hora de embarcar chegou, e o vôo tinha outra conexão… eu não havia entendido direito o que o piloto falou e desci no aeroporto errado. Uma pessoa veio correndo atrás de mim e eu correndo da pessoa também, até que descobri que não era para ter desembarcado lá… E a vergonha ao voltar para o lugar? Hoje lembrando do acontecido dou muita risada (como posso ser tão lesada assim, gente?), mas na hora, vendo a cara feia das aeromoças quando pedi desculpas por ter dado uma atrasada na conexão me deixou muito sem graça.

Mas enfim, cheguei em Juliaca e de lá segui para Puno junto com duas brasileiras que também estavam fazendo o passeio pela mesma agência que eu. Aquela apresentação inicial, e elas falando de viagens que já tinham feito, “dos caras” que já tinham conhecido, dos lugares que ja tinham ido… E eu lá, sem muita coisa para falar, até que uma delas perguntou: “Mas você veio pra ca sozinha?”. Respondi que sim e ela em seguida “E você fala inglês ou espanhol?” (acho que perguntou isso porque ela falou em espanhol com o motorista e eu lá, quieta). Falei que não falava inglês direito e não sabia nem o básico de espanhol. Uma olhou pra cara da outra e falou “mas você é louca hein, vir para um país e não sabe nem falar os principais idiomas…”

Gente, confesso que na hora que ouvi isso, dei uma murchada. Fiquei pensando que tinha gasto dinheiro a toa, que não ia aproveitar nada porque não ia saber me comunicar… E se eu perdesse alguma coisa, ou alguma passagem ou, ou… Minha mente se encheu de dúvidas e tive um pouquinho de medo. Mas daí pensei: “já estou muito longe de casa para desistir agora. Saiu na chuva, bora se molhar”.

E apesar de ter um inglês rudimentar e nada de espanhol, gente… não tive problema nenhum. Fui a todos os passeios, conversei com pessoas, saía para jantar fora, tomar café e tirar fotos… E sabem o que é mais engraçado? Eu encontrava as brasileiras nos passeios (não ficamos no mesmo hotel) e elas sempre perguntavam “como você está se virando? está conseguindo fazer alguma coisa depois dos passeios do dia?”. E eu sempre respondia “sim, ontem fui numa praça, achei um restaurante vegetariano, conheci pessoas locais, etc”.

O engraçado é que elas não acreditavam, então eu mostrava as fotos. E eu perguntava “e o que vocês fizeram?”. A resposta era sempre a mesma “pedimos comida do restaurante do hotel”.

Foram 8 dias que encontrei com elas e no fim da viagem, estávamos falando das experiências que tivemos durante a estadia no Peru. Comentei que conheci um casal de peruanos no início da viagem, e, na noite anterior tinha ido jantar com eles; as garotas ficaram abismadas… Disseram “nossa, mas você nem fala espanhol ou inglês e saiu todos os dias e ainda conheceu gente… fizemos basicamente os passeios que a agência vendeu e a noite, sempre ficamos no hotel, não saímos”. Aí foi minha vez de ficar em choque!

Mas enfim, contei essa história porque acho que essa viagem foi o pontapé inicial para começar a delinear o sonho que eu nem sabia direito qual era. Essa não foi uma viagem “minha cara”, ou seja, foi legal, mas não teve meu toque pessoal (por exemplo, escolher as passagens, tentar entender o itinerário, acessar o site dos passeios, etc)… O pessoal da Pisa Trekking foi incrível (e se você gosta de viagens de aventura, recomendo eles) e me ajudaram a começar a entender um pouquinho mais sobre viagens.

E quando voltei ao Brasil, trouxe muitas lembranças, fotos e novos planos! Por exemplo, entre os meus planos estavam: voltar a estudar inglês (consegui me virar, mas tinha que melhorar) e encontrar um outro lugar para morar (naquela época, eu morava em uma pensão, perto do trabalho). E também exatamente no dia que voltei de viagem, surpresa, surpresa…

Eu já era a humana da canina Brida Pimenta, mas no dia da minha volta, minha mãe tentou levar um filhote de foo (foo – apelido carinhoso para cachorros, também abreviação para focinho, e também referência ao pacote foo.tar.gz) que estava doente e coberto de sarna para o petshop para ver se eles ajudavam a cuidar para doar, mas o dono recusou. Ligamos na carrocinha e eles disseram que já que tínhamos recolhido o foo da rua, ele agora era problema nosso. Pra rua ele não ia voltar e assim, em 06/10/2008, a Brida Pimenta ganhou um irmãozinho: me tornei a humana do Sheik Tosado (contei sobre ele aqui).

Nos próximos posts vou continuar contando o que aconteceu depois dessa viagem… Mas o que posso dizer é que essa experiência foi muito importante para as outras viagens que fiz, que estou fazendo e ainda irei fazer.

Uma vez que essa viagem foi para autoconhecimento, reflexões e aprendizado pessoal, não tenho dicas de lugares, restaurantes, passeios e afins. Mas se você quer ideias para uma viagem para o Peru, esse link do Viaje na Viagem é bem legal e inspirador e tem praticamente o mesmo roteiro que fiz em 2008.

Ah, e sobre o casal que comentei que conheci no início da viagem e jantamos juntos antes de eu voltar para o Brasil, mantemos contato até hoje 🙂 !

É isso aí, até o próximo post!

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